Esta obra analisa o conteúdo e os objetivos de guias de boa conduta escritos por moralistas e religiosos e concernentes a modelos católicos de conduta a serem observados durante a vida para alcançar uma boa morte, muito difundidos durante os séculos XVII e XVIII no Brasil colônia, desvelando como e por que se constituíram uma verdade acerca da morte e prescrições de conduta cuja prática permitia a colonos e colonas tornarem-se católicos devotos. De início, contextualiza-se essa produção que preconizava modelos de espiritualidade e de moralização dos fiéis a partir do controle das consciências e dos comportamentos, para mostrar, em seguida, como esses guias se transformaram em instrumentos para forjar um fiel temente à Igreja e um súdito obediente à Coroa. Ao vislumbrar um aspecto fundamental da vida na colônia, permite entrever o funcionamento da sociedade brasileira na época, em grande parte marcada pelos valores católicos e por normas de relacionamento e conduta que, de certo modo, se projetam até os dias atuais.